O HIPER - EDIÇÃO #4

 

 

  vs

 

 

OPERÁRIO DE DEUS.

Por: Mauricio Ado de Sousa.

 

 

 

Jornal “O País”:

 

“Vigilante se mostra a policia trazendo  Maquiavelle, seu nome....HIPER!”



 

ONG VIVA VIDA.

 

            Muitos repórteres na frente, uma atendente vem falar com Diego Hyper.

 

A atendente — Tem um cara lá fora dizendo que se chama Rude...Diz que você sabe quem é!

 

      Hiper olha para os jornais.

 

Hiper — Tudo bem! Manda entrar!


         

   Wilton, o Rude, entra e vê o Hiper arriado, uma figura triste.


 

      Hiper aponta uma cadeira para que Rude possa sentar.

 

  Rude — Aqui é sua Batcaverna???


   Hiper aponta uma cadeira para que Rude possa sentar.


Hiper Este não é o só o meu Q.G. Foi por anos a minha casa, devo mundo a isso aqui!



Rude vendo toda a sala — Estanho...Você tem essa força fora do normal...Pensei que lucrasse com todos esses poderes...Não parecia que era uma pessoa tão simples...

           

Hiper olha para fotos no mural da sala, fotos de garotos carentes...

Hiper de pé enfrente ao mural — Quando comecei a atuar usando os poderes, o senhor que criou a ONG, o Pedro Gross, aquele que me tirou das ruas começou a me chamar de Anjo Maldito...Parece ser verdade, quando menos se esperava alguém veio me retaliar matando o meu amigo...O homem que conseguiu ver um individuo num garoto revoltado...

Rude fica surpreso com o tom melancólico do Hiper.



Hiper — Aceita meu jeito de agir?


Rude sem jeito — Não sei Hiper, às vezes acho que está certo e às vezes acho errado! Mas quem sou eu para falar alguma coisa, estou começando a fazer o mesmo que você!


Hiper — Os jornais estão DISCUTINDO se a SOCIEDADE pode aceitar que fazer um homem pegue a justiça e a faça sozinha. Mas te pergunto a justiça pelas autoridades está sendo feita?


          

Rude bota a mão sobre o ombro de Hiper. Olha as fotos dos garotos.

 

Rude — Eu queria dizer...Eu...Bem...O mesmo que você sente passa pela minha cabeça...eu não tenho poderes como você, sou só um homem comum, tenho cara de mau mas só isso...Eu acho pelo menos por enquanto que está certo lutar contra os problemas...

 

            

Hiper volta a se sentar na cadeira onde estão os jornais...

 

Hiper — ...Tantos crimes por aí...O comentário do jornal: “O que fazer perante um homem que diz diminuir a violência agindo com mais violência?”

 

Rude — Por que tá me falando sobre tudo isso?

 

            Hiper olha surpreso para o questionamento do Rude

 

Hiper — você mesmo disse, você está fazendo o mesmo...Acho que posso contar para você agora que todos sabem...

 

Rude — ...Que você quer ser um tipo de herói!

 

 


 

Por mais que a temam, a noite é obrigatória para todos.

 

O céu nublado combina com o carro negro. Noite que parece predestinar os acontecimentos que estão por vir...o rádio sempre pegando as comunicações da Polícia:

 


“Tzzz...O maluco do Faber Dei fugiu do carro de custódia...Perto da Frei Caneca...Tzzz”

 

           


Hiper faz cara de contrariado e olha para o carona, o agora colega Rude.

 

Hiper dirigindo para Frei Caneca — Simplesmente fugiu...Eu peguei esse Faber Dei outro mês e fugiu calmamente de um carro de polícia...Onde está funcionando o sistema de justiça?

 

            Rude dá de ombros...

 

Rude — O que vamos fazer ao chegar lá, bater de casa em casa?

 

Hiper — ?

 

Rude dá de ombros de novo —???

 



Perto do local tiros são disparados, Hiper dirige o carro para lá.


Ao entrar numa rua qualquer, percebem que se trata de uma rua de prostituição...

 

Hiper — Espera! Faz sentido...O cara é um fanático religioso, que lugar ele podia ir?

 

Rude — Para conhecer esse ponto aqui ele não é religioso não...é tarado...Cada mulher feia...

 

Hiper — hahahhaha...Cara são travestis...bonecas...

 

            Rude aperta a visão querendo verificar se o que Hiper disse é verdade. Verdade exata.

 

Rude coloca a cabeça fora da janela do carro — Ei você viu um maluco com garras de fogo...

 

O travesti — Ao invés de garras de fogo por que não minhas unhas postiças....

 

            Rude faz cara de nojo. Algo pula sobre o teto do carro e começa a rasgar o aço, o travesti sai correndo enquanto Hiper vai para o lado de fora olhar o que está acontecendo...

 

Hiper, gritando — É o Faber Dei!

 

            Rude vai para o lado de fora e vê o maluco com garras de aço pegando fogo...

 

Rude responde agitado — Cara o seu instinto é bom...Ma o que quer dizer Faber Dei?

 

            O homem das garras flamejantes pula para perto do Rude e o ameaça.

 

Fabei Dei — Infiel...Quer dizer Operário de Deus!

 

            Rude começa a distribui socos contra Faber Dei que enfia as garras na barriga dele.

 

Faber Dei —...primeiro foi esse  depois vai ser você soturno homem infiel!

 

            Rude está no chão sangrando muito. Hiper pensa enquanto Faber Dei se aproxima.

 

Hiper — Agora parece que é só entre nós fugitivo do inferno!

 

  Faber Dei — Inferno? Ousa falar de inferno há um servo de Deus, seu excomungado...

 

            Vários golpes dados pelo Faber Dei  que o Hiper consegue se esquivar. Hiper pega um paralelepipedo e arremessa no meio dos peitos do fanático religioso, que sente o impacto.

 

 

Hiper rindo — Tantan...Não esperava por essa não é garras flamejantes...Agora vamos acabar com isso que eu não agüento mais ver essa sua cara de doido varrido!

 

            Faber Dei dá um pequeno salto para trás.

 

Faber Dei confiante — Num vai não, cão do inferno!

 

            Faber lança uma granada dentro do veículo do Hiper...

 

Hiper — Epa o carro!!!

 

            Hiper se joga sobre o Rude ferido. O Carro negro explode, pedaços flamejantes para todos os lados, estilhaços de vidro e metal atingindo a carne dura de Hiper. E durante tudo isso o maluco do Faber Dei escapa. Ao acabar...

 

Rude — Ei Hiper, cadê o Faber Dei?

 

Hiper — Fugiu!

 

Rude — E que tal o meu ferimento?

 

Hiper — Vou te levar pra um hospital...

 

Rude — O impressionante é que sua camisa tá chamuscada, mas você não sofreu nada...

 

Hiper — Sou menor que você, porém mas resistente!

 

            Ele o coloca nas costas e salta, uma vez, duas vezes, cada vez mais distante...Até chegar há um hospital onde deixa o Rude sobre uma maca...

 

Rude — Hiper...Meu nome de verdade é Wilton...Wilton Sales,  noivo de Márcia Soares...Veja se consegue ligar para ela vir me ver...

 

Hiper — Para com isso que tu não vai morrer, me dá o número da sua noiva que a chamo aqui para cuidar de ti cara!

 

            Ele aguarda a chegada de Márcia que nem olha para ele e entra no quarto direto...

 

Márcia — Wilton, eu falei para terminar com essa besteira...Agora esses bandidos já sabem quem você é e vão atrás de você...Já disse para não seguir esse maluco que pensa ser herói!

 


 

Mudando de cena, ambiente noturno, casa de strip-tease.

 

Um carro vermelho pára de frente a Casa 5por5. como sempre o leão de chácara a porta. Ele vê o carro vermelho de dentro sai o homem que está nas manchetes de jornal.

 

Hiper aperta a mão do leão de chácara — Oi Tito!

 

Tito cumprimenta, olhando para o lado, preocupado — Ué cara? você tá a fim de me ferrar, cheio de policial perguntando por ti...Se ficarem sabendo...

 

Hiper falando rápido Vai ser só mais um cara da rua que me conhece...

 

Tito mirando o carro vermelho — Trocou de carro velho? Agora tá com um mais antigo...Carro vermelho, não é teu estilo!

 

Hiper — Viu algum cara meio doido andando por aqui...Tipo barbudo, cabelo desgrenhado...

 

Tito — Nem idéia! Todo tarado tem tipo parecido assim...

 

            Hiper se retira...Tempo passa...E o tempo não para... Ruas, becos ao redor da casa 5por5 até que Hiper repara vê um carro Dodge verde três ruas depois da casa de strip-tease...

 

            O motorista ao avistar o Hiper  decide dar a partida neste ponto o vigilante começa a correr atrás do Dodge Verde. Hiper salta e cai sobre o porta malas do carro, estourando os pneus traseiros...de dentro sai um tipo barbudo com cabelo desgrenhado...

 

Hiper pulando — Não vai fugir...Meu conhecido foi parar no hospital por tua causa...

 

            Ao dobrar a esquina Hiper dá de cara com um bêbado, trôpego, andando em zigzag.

 

O bêbado, como se antecipando a pergunta —...Indo pra ali.

 

            Hiper corre até o fim da rua onde avista o homem...

 

Hiper — Parado aí! Faber se entregue!

 

      O homem para, ouve-se um barulho de parecido com “snikt”, surgem às garras de fogo.

 

Faber Dei — Eu vim acabar com aquela construção infectada de todo o mal... Temos que combater chamado a Luxuria, o Dragão da Perdição...

 

             Hiper se aproxima e observa como o rosto do Faber vai modificando enquanto fala.

 

Faber Dei — Vai ser difícil acha-la...Ela ..A grande Puta...Todos as noites...Eu a matava...

 

Hiper — Cara você não está falando coisa com coisa...

 

Faber Dei — Não...Sabe onde ela está?

 

Hiper — Quem é?

 

Faber Dei — Deus é meu senhor, ele guia meus atos...É a vontade divina...Foi por isso que estripei, fiz picadinho daquela vaca...Ela estava perdida...Uma alma perdida...Eu a livrei do corpo, mas a alma anda por aí em cada uma dessas putas...

 

            Hiper corre e acerta com tudo o homem ele vai parar no chão, Hiper tenta socar mas acaba acertando o cimento, já que Faber se desviou para a direita...O psicopata se põe de pé.

 

Faber Dei —  Tu é mais um servo do Tinhoso!

 

            Faber arranha o peito, cortando somente a camisa do Hiper.

 

Hiper cínico — Espera cara...Não adianta usar essas garras contra mim...Esqueça isso...

 

            Quando Hiper repara já está na rua da Casa 5por5. Tito percebe algo, quando repara o Faber já está tão perto

 

Hiper — Ei Tito, cuidado! Ele se entrar...

 

            Faber Dei enfia as duas garras flamejantes atravessando o tronco do Tito.

 

Faber Dei — Seu fim guardião da Luxuria!

 

            Faber ergue as duas mãos com o corpo do Tito espetado ele joga o cadáver de lado.

 

 Hiper grita para os homens perto do Faber — Cuidado, saiam daí!

 



Faber corta a entrada da casa noturna como se fosse papel, cena de vidro, madeira e parede sendo cortados, a fachada vem abaixo, Hiper corre o mais rápido que pode, porém, a marquise cai sobre o vigilante. Do meio dos escombros o Hiper fica de pé, mão direita fechada, ele arremessa duas moedas, com uma força e velocidade que as duas entram no lado direito do peito do Faber Dei como se fossem dois pequenos estiletes.

 

Faber Dei, gritando de dor — O que é você?

 

            Hiper se aproxima e lhe dá um gancho de esquerda que o faz girar em torno de si mesmo. Então pega pelo colarinho.

 

Hiper bem próximo do inconsciente psicopata — Anjo Maldito!

 



Chega a manhã...

 

            Uma delegacia de polícia no centro da cidade.

 

Um policial civil — Olha delegado, é o tal Faber todo amarrado e amordaçado!

 

Faber Dei que está amarrado há uma coluna na frente da delegacia.

 

O delegado chutando o infeliz —— Onde achou?

 

O policial civil — Na porta da Delegacia!

 

 

FIM.